quinta-feira, 28 de julho de 2011

Salvadorenho Alejandro Mendez vence o World Barista Championship 2011 e consagra países produtores.

Depois de quatro dias de intensas apresentações e muitos cafés em Bogotá, na Colômbia, Alejandro Mendez 23, de El Salvador, foi escolhido neste domingo (5) o grande vencedor do World Barista Championship 2011, que reuniu entre os dias 2 e 5 de junho 53 baristas de cinco continentes na maior disputa mundial da categoria.
O Campeonato, realizado pela primeira vez em um país da produção de café, aconteceu juntamente com a ExpoEspeciales 2011 Café de Colômbia, organizada pela Federação Nacional de Cafeicultores e do Centro Internacional de Negócios e Exposição de Bogotá, e Corferias recebeu mais de 15 mil visitantes.

Emocionado com a vitória, Alejandro agradeceu ao seu país, sua família, a empresa em que trabalha e a todos aqueles que torceram por ele. Para o jovem salvadorenho que lutou na rodada final contra os campeões nacionais dos EUA, Austrália, Reino Unido, Espanha e Japão, o título de Embaixador do Café tem um sabor especial: ele é o primeiro barista de um país produtor a levar o troféu do WBC para casa.

BRASIL

Embora tenha se destacado na primeira rodada de apresentações, o barista Felipe Oliveira ficou na 41ª colocação do campeonato com 435 pontos. A primeira colocada nesta primeira etapa, que reuniu os 53 competidores, foi a barista Lina Zea (Colômbia), que obteve 643,5. Confira as notas gerais do WBC 2011

Aumento de consumo de café gourmet estimula profissão de barista.

Dias frios pedem mesmo um cafezinho. E um café feito de grãos especiais parece apetecer ainda mais. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o consumo do café gourmet aumentou 21,3% em 2010. O estudo revela ainda que o consumo de café fora de casa saltou de 14% em 2003 para 57% em 2010, sendo que 45% desses consumidores disseram que pagariam mais caro por um bom café.
Diante desse cenário, a profissão de barista – o preparador de café que é também um criador de combinações com a bebida – tem se mostrado promissora. Não apenas pelo crescente consumo do café especial, mas pela própria carreira em si que pode levar o profissional de trás do balcão, de um salário inicial de cerca de R$ 600, a ter a sua própria marca de café ou uma cafeteria.

Cecília Sanada: uma das atividades mais interessantes da profissão é criar novas bebidas com o produto
Foi essa a trajetória da empresária Isabela Raposeiras, 37 anos, que venceu o primeiro campeonato nacional de baristas, em 2002, e hoje possui a marca de café que leva o seu nome, vendido nos principais empórios paulistas.
Em seu Coffee Lab (laboratório de café, em inglês), em São Paulo, ela promove cursos, degustações e, claro, faz a torra de grãos selecionados a dedo. “Trabalho nesse mercado há 10 anos e a demanda por cursos aqui cresce de 20% a 25% ao ano. São pessoas que querem ser baristas ou apenas amantes do café que querem aprender um pouco mais sobre esse produto”, afirma.
Os cursos profissionalizantes são uma porta de entrada para esse mercado. Atualmente, diversas escolas de gastronomia e grandes cafeterias oferecem esse tipo de ensino. Os investimentos variam conforme cada escola, mas para se ter uma ideia, o curso de formação básica de barista no Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé) é de R$ 540. Já na cafeteria Santo Grão, é de R$ 460.
Muito estudo
O segredo para o sucesso, diz Isabela, não é muito diferente do das outras profissões. “É preciso ter paixão pelo que faz e nunca deixar de estudar. O café é muito complexo, com diversos tipos de grãos e torras. Por isso, conhecê-lo bem é fundamental para ser um bom profissional”, recomenda.
Cleia Junqueira, diretora da Associação Brasileira de Café e Baristas e do Centro de Preparação de Café do Sindicafé-SP, diz que, se o profissional for completo - ou seja, conhecer muito de degustação, classificação e torra -, pode dar palestras, treinamentos e ocupar cargos de chefia, ou coordenação. Também pode ser gerente de uma grande cafeteria, ou até ter seu próprio café.
Silvia Magalhães, 33 anos, é o exemplo de uma profissional que começou preparando deliciosos cafés e hoje é diretora de qualidade da Italian Coffee. “Estou desenvolvendo um departamento de inteligência de café para controle de qualidade. O trabalho é melhorar o equipamento e aprimorar o atendimento ao cliente”, conta ela que saiu do mercado financeiro para também ser consagrada vencedora de três campeonatos brasileiros de baristas.

Barista.

Recife sediou competição com drinks feitos de café

Na competição, os participantes terão seis minutos, para apresentar a bebida criada com café para os jurados. Podem participar profissionais de atendimento, baristas, bartender, barmen e estudantes de gastronomia.

No evento do ano passado, saíram vencedores o barista e dono da Dalena tortas finas, Alexandre Pernambucano e dois baristas do Il Barista Recife, Adriano Melo e Rodrigo Xavier.

Além de premiar os participantes que se saírem melhor, a competição também tem como objetivo promover o encontro entre profissionais, empresários e alunos de gastronomia , estimular a troca de informações a respeito da arte de fazer e apreciar um bom café.